O Kalunga é o maior território quilombola do Brasil. Na língua banto, de origem africana, Kalunga significa lugar sagrado, de proteção. E para os moradores do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga também é "lugar sagrado que não pode pertencer a uma só pessoa ou família" ou "lugar onde nunca seca, arável, sendo bom para as horas de dificuldade".
O quilombo começou a ser formado em meados de 1700, quando o estado de Goiás passava por seu período de colonização, marcado pelo garimpo de ouro e cristal. Negros escravizados que fugiram das fazendas e garimpos criaram seu refúgio nesta terra de difícil acesso até hoje, protegida por serras, rios e vãos.
Ao longo dos séculos fixaram-se na terra em relativo isolamento, construindo uma cultura e identidade próprias muito fortes, com influências africanas, de sua herança ancestral; européias, principalmente no catolicismo de suas festividades religiosas; e indígenas, por meio do contato com os povos que habitavam o planalto goiano durante a ocupação, como os Avá-Canoeiro, Xavante, Xacriabá, Karajá e Kayapó.