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Para Mirim: construir um bom futuro para as crianças

16//07/2022 | Por Magali Colonetti | Foto: Thiago Daher

"Trouxe meus filhos para conhecer outras culturas e os parentes. As crianças que vieram vão aprender muita coisa. Desde que começou a pandemia ninguém mais saiu da aldeia. Hoje é o nosso dia e nós vamos cantar e dançar."

A preocupação com o futuro das crianças é algo bem presente para essa mulher de 30 anos e mãe de seis filhos: Cristofer de 16 anos, Julien 14, Marien 12, Ian 10, Aryella 4 e Thayla 2 anos. Para Mirim estava sentada em uma cadeira de plástico em meio às outras mulheres da aldeia e sua caçula de dois anos estava por perto comendo um pedaço de melancia. Mesmo tímida, ela atendeu o pedido do seu pai Wera Mirim e veio conversar com a gente. Trouxe a cadeira de plástico junto, pediu para alguém ficar com a sua filha e se acomodou numa sombra que a parede da casa fazia. 

- e qual é o seu maior sonho? pode ser até aquele que você acha incansável, mas qual seria ele?

- "O meu sonho é ter um lugar para morar e ter um futuro melhor para as crianças. Não ter guerras. Sei que é difícil, mas acredito muito. Meu pai sempre falou que desde criança luta por isso e eu sempre o acompanhei nessa luta".

A cada resposta ela foi ficando menos tímida e ao falar sobre os filhos qualquer barreira que existia caiu. 

- E já sou vó, meu filho de 16 anos agora é pai de um menino.

Para Mirim tem Marina como nome português. Quando perguntei com quem eu poderia falar depois dela, ela indicou a irmã mais velha também chamada Para Mirim. Não é incomum essa repetição de nomes na aldeia.

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Um projeto da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge.

Aldeia Multiétnica