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Povos do Alto Xingu reúnem todos os povos na festa Tawanarawana

21//07/2022 | Por Magali Colonetti | Foto: Diogo Zaiden

O dia dos povos do Alto Xingu começou com a Casa Xinguana movimentada, recebendo os outros povos para os preparativos da festa. Mulheres e crianças Krahô foram as que mais buscaram as mulheres do Alto Xingu para as pinturas corporais. A liderança xinguana, Anuiá Amarü Kamayurá fez esse convite especial para todos os povos irem até a sua casa e se prepararem juntos. Homens e mulheres Kayapós, Xavantes e Guaranis passaram por lá. Os não indígenas que participam da vivência proposta pela XIV Aldeia Multiétnica também buscaram pintar seus corpos.

Eram grafismos no rosto, nos braços e nas pernas. Kerrey Kamayurá contou que as pessoas sempre querem saber o que significa a pintura. "Tem pintura do peixe, que é usado por caciques, tem a borboleta, a escama de peixe…" explicou. Ela passou a manhã pintando a Capêrcahac Krahô que sempre que via as mulheres do Alto Xingu e suas pinturas tinha vontade de entender mais sobre o grafismos daquele povo.  Ali, na casa xinguana, estava feliz por poder conversar com as mulheres pessoalmente. Além da pintura corporal, ela usou colares, brincos e outros adornos usados pelas mulheres do Alto Xingu.

Prontos para a Festa do Pequi, foram dançando e cantando para o centro da aldeia. Essa festa é uma tradição bastante longa e intensa. "É uma dança para trazer energia boa e queimar calorias porque a gente precisa ter um físico bom. O que a gente disputa é para ver quem tem mais fôlego, quem dança mais vezes", contou Anuiá que ria da falta de disposição dos não indígenas. 

Mais tarde, todos se reuniram novamente para dar continuidade à festa que  reuniu mulheres do povo Krahô, Guarani e Xavante. Para Anuiá, essa união é a principal motivação para continuar participando dempre da Aldeia Multiétnica e de eventos semelhantes.

"Temos que fortalecer a união para passar pelo que estamos vivendo. Acompanho muito nas redes sociais o que acontece com meus parentes Guarani Mbyá. A gente aqui canta chorando por toda essa situação", compartilhou Anuiá antes de seguir as apresentações e mostrar a Dança do Peixe.

Anuiá declarou ainda estar "muito feliz por ver todos unidos na festa. Nessa última dança todos os homens vão saindo até sobrar só um simbolizando a saudade que fica depois da festa", explicou. 

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Um projeto da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge.

Aldeia Multiétnica