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Polly: muitas formas de fazer saúde

23//07/2022 | Por Sinvaline Pinheiro | Foto: Thiago Daher

Um dos lugares concorridos na Aldeia Multiétnica  é a Tenda de Saúde. 

Calma, não são pessoas doentes e sim povos tradicionais e turistas querendo ouvir na suavidade da voz da médica Pollyanna sobre tratamento alternativo e ainda provar chás e doces a base de plantas, frutos e raízes medicinais. A porta da entrada do rancho sempre tem alguem à sua procura buscando-a em línguas variadas: - Ela, cadê ela?

 

Pollyanna realiza o sonho da juventude em trabalhar com povos tradicionais. De uma família humilde em Curitiba, aprendeu com a avó materna usar plantas para a cura de vários males, até porque não tinham outra opção na época.  Estudou em escola pública e aos 17 anos de idade terminou o Ensino Médio com o propósito de ter uma formação na área medicinal.

Na Universidade Cidade de São Paulo (UNCID) foi aprovada e como bolsista ingressou no curso de Medicina. A teoria do curso não foi de encontro ao seu pensamento, não havendo a sensação pertencimento.

Na busca se aproximou de uma ONG, Napra que trabalhava com populações ribeirinhas da Amazônia. Uma oportunidade única onde conheceu os caminhos dos ribeirinhos do rio Madeira. Foi um outro lado do cuidado à saúde.

Concluindo o curso de Medicina, fez especialização em medicina chinesa e logo ingressou no programa Mais Médicos indo trabalhar nos arredores de Santa Catarina em comunidades rurais. A aproximação com um público enorme e esquecido na periferia  foi um grande desafio não só na medicina, mas na área social de um todo.

Momento marcante quando cuidou de uma senhora com esquizofrenia vivendo com três filhos sem energia elétrica, água potável e nenhuma condição de amparar os filhos. O mais velho, de 16 anos, dentro do possível cuidava de todos.

E assim foram muitos casos chocantes de pobreza, violência doméstica, onde as próprias mulheres não tinham noção do que sofriam. Reunindo pessoas desenvolveram um trabalho social para socorrer um pouco das necessidades desse povo, onde ela ainda atua.

Através de Towê Fulni-ô soube da Aldeia Multietnica. Um grande achado.

Polly, como ficou conhecida, juntou suas folhas, raízes, agulhas, adesivos de mostarda e muito mais. O carinho que conquistou os povos da Aldeia Multiétnica e que ao saírem de suas casas, perguntam: "Polly vai?"

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Um projeto da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge.

Aldeia Multiétnica