Entre os temas da XVI Aldeia Multiétnica, arte, cultura e saúde são conteúdos transversais presentes na programação. Este ano, uma das presenças confirmadas é a peruana Olinda Silvano, do povo Shipibo. Do Peru, a tecelã e muralista é conhecida mundialmente por ter se tornado símbolo da luta da comunidade shipibo-konibo de Cantagallo, contra a Covid-19.
O vírus se espalhou por toda a comunidade shipibo-konibo assentada na margem esquerda do rio Rímac. Os contágios se multiplicaram em poucos dias e apenas dois meses depois de ter decretado estado de emergência, Cantagallo se transformou no ponto de maior concentração de COVID-19 do Peru: 72,5% de seus habitantes receberam resultado positivo aos 656 testes realizados pelo Ministério da Saúde. Três mortes e sete infectados para cada dez habitantes acionaram todos os alarmes.
Herdeira da arte kené, produto das visões do ayahuasca, ela decidiu que o trabalho com arte na comunidade precisaria ser agora também pensado coletivamente pela saúde do seu povo. Se organizaram para acompanhar a todos que adoeciam. Sem conseguirem sair da comunidade, a solidariedade fomentou uma organização social para buscar insumos e conduzir doações que começavam a chegar de fora.
Com informações do PAHO.ORG